Segundo a Crédito y Caución, é esperado que o nível global das insolvências aumente 23% em 2024, devido à redução das margens, ao endurecimento das condições de financiamento e ao baixo crescimento.
Este crescimento atingirá os 29% na América do Norte, impulsionado pela evolução das insolvências nos EUA. Na Ásia-Pacífico e na Europa, situar-se-á nos 23% e 16%, respetivamente. O fraco desempenho de 2024 juntar-se-á ao aumento de 31% nas insolvências já registado em 2023.
Segundo a seguradora de crédito, dos 29 mercados monitorizados no seu relatório, 23 recuperaram ou já ultrapassaram os níveis pré-pandemia. As reservas acumuladas pelas empresas estão sob pressão devido à redução das suas margens de lucro e ao aperto das condições de financiamento. A dívida acumulada durante a pandemia é cada vez mais difícil de resolver num ambiente de taxas de juro elevadas e baixo crescimento.
Nos EUA, Holanda e Itália, a deterioração das insolvências ocorre num contexto de ajustamento aos níveis pré-pandemia. Alemanha e Japão também registam crescimento face aos valores similares de 2019. A dinâmica mais preocupante verifica-se em mercados como Espanha, França, Austrália, Suécia e Áustria, onde a deterioração das insolvências em 2024 se conjuga com elevados níveis de insolvência, indicando que o aumento se deve a fatores alheios ao regresso à normalidade. Em alguns mercados, como o Reino Unido ou a Suíça, as insolvências estão a consolidar-se num novo normal adverso. Em Portugal, parecem ter-se estabilizado a um nível inferior ao pré-pandemia. A Dinamarca é o único mercado no nosso ambiente que sofrerá um declínio significativo nas insolvências.
As perspetivas para 2025 são mais estáveis num contexto de previsível recuperação do crescimento económico. À medida que a política monetária se relaxa e o ambiente económico estabiliza, é provável que a tendência das insolvências registe uma melhoria. À escala global, as insolvências registarão uma queda de -3%.