De acordo com o mais recente Barómetro de Práticas de Pagamento da Crédito y Caución, 51% das transações comerciais no Reino Unido são pagas fora do prazo, um aumento face ao ano anterior.
Apesar de os níveis de faturas não pagas se manterem estáveis nos 7%, cresce a preocupação com a queda da procura e o aumento dos custos, fatores que estão a levar as empresas britânicas a adotarem diferentes estratégias de gestão de risco.
Abordagens distintas por setor
As estratégias adotadas pelas empresas variam consoante o setor de atividade. O setor agrícola é o que revela maior preocupação com a atual conjuntura económica. Para reduzir o risco de liquidez, tem apostado na externalização da gestão de crédito, com o objetivo de encurtar prazos de pagamento. Este setor é também o mais pessimista quanto à evolução das insolvências, que já afetam 10% das suas faturas.
Já o setor dos bens de consumo duradouros apresenta maior vulnerabilidade às tensões geopolíticas. Como resposta, muitas empresas têm vindo a alargar prazos de pagamento aos clientes e a adotar uma gestão de risco combinada, com medidas internas e apoio externo. Apesar disso, demonstram mais otimismo quanto à evolução dos não pagamentos, centrando as suas preocupações no aumento dos custos de produção.
O setor dos transportes, por sua vez, tem mantido um desempenho mais estável. As empresas recorrem sobretudo a provisões internas para mitigar os riscos de crédito. Ainda que não prevejam um agravamento das insolvências no curto prazo, destacam a lentidão dos inventários como um dos principais desafios à sua liquidez, agravado pela dependência significativa de financiamento externo.
Motivos dos atrasos e acesso ao crédito
Entre os principais motivos para os atrasos de pagamento identificados no estudo destacam-se os problemas de liquidez (34%) e os problemas de faturação (27%). O acesso ao financiamento continua equilibrado entre crédito bancário (58%) e crédito comercial (57%).
A instabilidade do comércio internacional contribui para uma crescente imprevisibilidade nas condições de pagamento, obrigando muitas empresas a tomarem decisões reativas. Atualmente, o crédito comercial já afeta 49% das vendas no mercado britânico, reforçando a necessidade de medidas robustas de proteção contra o incumprimento.
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